Poema: de Clarice Gomes em homenagem à Bob Mesquita, saxofonista!
Música para preencher os espaços vazios na alma,
ouvir e calar a inquietude do que nos corroi por dentro;
para elevar-nos, fazer transcender, nos transportar a lugares e momentos no passado ou a um futuro de sonhos... Música para mudar o estado de ânimo, dançar e cantar juntos.Música, pra quê ti quero?
Pra dançar e cantar o ritmo e melodia da vida; a minha, a sua... Ah! Só a música mesmo para despertar a união, fazer vibrar o corpo, a mente e o coração da gente.Ela é a realidade de uma alquimia perfeita do instrumento sob o toque, não de qualquer um, sem critérios, mas de um ser cuja alma incorpore a arte. Só mesmo o toque da mão de um mestre como João Paulo Mesquita, faz do instrumento aliado perfeito de um sucesso que também nos prestigia como cearenses que somos.Nascidos ou adotados nesta terra mãe de filhos tão irreverentes, com seus barulhos pornográficos que mancham a imagem sagrada da mulher e do matrimônio; numa mistura de gemidos, gritos, todo tipo de onomatopéia que fazem alusão ao sexo sem compromisso e o uso do corpo como objeto de prazer irresponsável, devemos nos perguntar: qual é minha culpa? O que vemos hoje é um fruto amargo dessa industria incultural para as massas; barulho, sim, música não!Mas ele mostra, sem pregação, sem discursos nem retórica, o que é música de verdade, tem compromisso com a qualidade do seu trabalho e faz a música por inquietação. Sim, responde afirmativamente ao apelo da alma por luz, calor, cor e muito, muito amor.Minha impressão sobre ele? O Bob é uma pessoa linda, daquelas que se vê pouco!Batalhou por seu espaço, lutou contra a maré, trabalha por prazer e é o espelho do que a arte faz por uma pessoa; como ele mesmo disse-nos: Apura o senso crítico e estético, refina, torna mais sensível...
